Leitura Bíblica: Eclesiastes 5.1-3
Tempo de rasgar e tempo de coser; tempo de estar calado e tempo de falar (Ec 3.7).
Com medo da solidão, buscamos o barulho. Muitas vezes sentimos a necessidade de sempre ouvir músicas, notícias, entrevistas, ver um vídeo, uma live. Também fugimos da solidão falando sem parar, muitas vezes palavras sem sentido. Precisamos entender que a solidão não tem apenas o barulho como opção alternativa. “Podemos cultivar uma solitude em silêncio interior, que nos livra da solidão e do medo. Solidão é vazio interior. Solitude é realização interior. Solitude é um estado da mente e do coração” (Richard Foster). Jesus nos chama da solidão para a solitude. Solitude não é apenas ficar em silêncio, é ter controle sobre a língua (Tg 3.1-9). É saber o momento certo de calar e de falar (Ec 3.7b).
Solitude começa no interior do coração e se manifesta exteriormente. “Jesus viveu em ‘solitude do coração’ interior. Também frequentemente experimentou solitude exterior” (Foster). Antes de escolher os doze, ele passou a noite inteira sozinho no monte deserto (Lc 6.12). Quando recebeu a notícia da morte de João Batista, Jesus “retirou-se dali num barco, para um lugar deserto, à parte” (Mt 14.13). Após a alimentação miraculosa dos cinco mil, Jesus mandou que os discípulos partissem; então ele despediu as multidões e “subiu ao monte a fim de orar sozinho...” (Mt 14.23). Enquanto se preparava para sua mais sublime e mais santa obra, Jesus buscou a solitude do Jardim do Getsêmani (Mt 26.36-46).
A busca de um lugar solitário era uma prática regular de Jesus. Igualmente deve acontecer conosco. Dietrich Bonhoeffer disse: “Aquele que não pode estar sozinho, tome cuidado com a comunidade. Aquele que não está em comunidade, cuidado com o estar sozinho”.
Exercitemos a solitude. Tendo em cada dia tempos de silêncio, atentos à voz de Deus, seguidos por atitudes e palavras equilibradas e abençoadoras. “Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo” (Pv 25.11).
Não te precipites.