Leitura Bíblica: Mateus 7.1-5
Não julgueis segundo a aparência, e sim pela reta justiça (Jo 7.24).
“Não julgueis”. Nos deparamos com este ensino bíblico e percebemos como temos dificuldade de cumpri-lo. Parece que a todo instante estamos julgando coisas e pessoas. Tudo que olhamos, tudo que tocamos, tudo que sentimos vem acompanhado de um parecer pessoal. Será que a Bíblia está dizendo que não devemos ter opinião sobre as coisas e pessoas? Claro que não. Como diz David Dickson, o ensino bíblico é “a proibição do julgamento precipitado das pessoas e das ações dos homens, ou proferir sentenças erradas de maneira censurável e não caridosa contra os outros, seja em nossa mente ou em nossos discursos; ou [julgar] sem haver nenhuma falha; ou [julgar] por menos do que nós mesmos estamos sujeitos. De forma alguma, Ele não proíbe julgar nem privada nem publicamente quando for de forma justa, mas, apenas, proíbe a censura temerária, destituída de caridade e injusta com os outros”.
Muito esclarecedora essa definição de David. Podemos julgar, devemos discernir as coisas, devemos ter sabedoria para separar o que é bom do que é mal. Mas deve ficar claro que não podemos e não devemos sair falando e pensando mal dos outros. Infelizmente somos inclinados a julgar precipitadamente - julgar pela aparência, julgar por preconceito, julgar por implicância. Também agimos erradamente quando chamamos o mal de bem, ou seja, julgamos ser aceitável algo que é claramente reprovável. Precisamos ter cuidado com isso. Devemos usar bem o dom do discernimento.
Nosso texto base também nos ensina que um grande erro é nos ocuparmos tanto julgando os outros esquecendo de examinarmos a nós mesmos. “Tira primeiro a trave do teu olho e, então, verás claramente para tirar o argueiro do olho de teu irmão” (Mt 7.5). Cuidando melhor de nós mesmos estaremos mais aptos para emitir um juízo real sobre os outros e teremos também maior autoridade para ajudar o nosso próximo.
Não julgueis antes do tempo.