Lucas 17.7-10
Assentando-se, Jesus chamou os doze e disse: “Se alguém quiser ser o primeiro, será o último, e servo de todos” (Mc. 9.35).
As relações de empregado e empregador mudaram muito com o passar do tempo. Hoje vemos uma sociedade materialista que está mais preocupada com seus direitos do que suas responsabilidades. Muitas coisas melhoraram e precisam melhorar, como jornada de trabalho adequada, salários mais dignos etc. Mas, juntamente com as melhorias, também aumentou a insatisfação, disputas trabalhistas, greves, manifestações e alguns abusos por parte dos funcionários.
O texto fala sobre esta relação de patrão e empregado não para nos ensinar sobre como devemos agir em nossa empresa. Jesus conta esta parábola para nos mostrar como deve ser a atitude de um servo de Deus. Ele quer que seus seguidores entendam o que significa ser servo.
O contexto da parábola é o relacionamento frio e impessoal daquela época, quando o que se esperava de um escravo era que obedecesse ao que quer que seu senhor ordenasse. O dono dava ordens a seu escravo e este deveria obedecer seja qual for a tarefa. O servo deveria arar a terra, prepara o jantar, servir o seu senhor e por isso, não receberia qualquer agradecimento. Sabia que tinha feito sua obrigação apenas, nada mais.
Jesus quer ensinar a seus discípulos que o trabalho deles não deveria ser realizado pensando em recompensas. Por serem discípulos de Jesus, eles não deveriam pensar com soberba que eram melhores que os outros. Não podemos em momento algum pensar que Deus tem certo débito para conosco porque somos seus servos. Ninguém tem o direito de esperar de Deus palavras de elogio ou qualquer gratificação por ter feito o que devia fazer.
Pode parecer uma palavra dura, mas Jesus quer deixar bem claro que não pode ser controlado por homens, ser comprado por algumas boas obras. Deve ficar bem claro que se Deus concede favores e recompensas, o faz pela graça dele e não pelo mérito pessoal de cada um.
Quando fazemos “muito”, fizemos apenas o que deveríamos fazer.