Leitura bíblica: Provérbios 18.19-21
Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo (Pv 25.11).
Um avô e seu pequeno neto foram dar um passeio. Como fazia muito calor pararam para descansar e o avô pediu ao netinho que fosse buscar um pouco de água no riacho. Quando o menino estava chegando perto do riacho, uma carruagem passou pela beira mexendo com a água do riacho, trazendo para a superfície folhas, gravetos e sujeira. O menino voltou e disse ao avô que não dava para beber a água pois estava suja e se ofereceu para ir a um outro riacho. O avô retrucou, dizendo para ele ir novamente ver como estava a água. O menino voltou novamente e disse ao avô que a água continuava turva. Espere um pouco, meu netinho, daqui a pouco a sujeira baixa e você poderá buscar a água para bebermos, respondeu o avô.
Em algumas situações, só nos resta esperar a sujeira baixar para beber a água. Não há o que possamos fazer.
Mesmo as palavras corretas, ditas na hora errada, podem trazer mais transtorno do que conciliação. É muito comum, diante de algum desentendimento, o desejo de tentar consertar as coisas rapidamente. Só que, no momento da raiva, as palavras podem causar mais confusão do que esclarecimento. É certo esperar um pouco. Depois que o sol se pôr, a poeira baixar, é tempo de conversar. E em muitas situações, nem serão necessárias palavras.
O grande problema é quando falamos demais, quando criticamos as pessoas com palavras arrogantes de quem se acha dono da verdade.
No lugar disto devemos, no tempo certo, falar palavras certas. Proferir mensagens de experiência que inspiram confiança. É sempre oportuno tomar cuidado para não ofender mais ainda quem já está nervoso. Chacoalhar a água pode trazer mais sujeira e produzir mais ira a ponto de destruir uma amizade. Enquanto que palavras bem ditas podem produzir a paz. Não devemos desistir de alguém como se fosse um riacho poluído, intragável, mas aguardar o momento certo para uma reconciliação.
A palavra certa no tempo certo é a receita do amor.